Introdução

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O universo feminino abrange várias situações que colocam a mulher numa escassez de tempo e de oportunidades para desenvolver sua satisfação profissional. Como o papel de administradora do lar, onde os problemas domésticos, maternais e matrimoniais passam por ela para serem encaminhados às suas devidas soluções. Quem é mulher, esposa e mãe conhece bem o “jogo de cintura” para lidar com um cotidiano cheio de afazeres. Contudo, existe na mulher um interesse de prosperar, de se realizar em uma profissão. Levada por necessidades econômicas, percepção de oportunidades de mercado e concretização de sonhos pessoais, ela tem se destacado com desenvoltura no mundo empresarial.

Empreendedorismo feminino: perfil e relatos de experiências de empresárias do Sudoeste do Paraná

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Lindomar Subtil de Oliveira (FAMPER) admlinsoli@yahoo.com.br
Kellerman Augusto Godarth (FAMPER) kgodarth@yahoo.com.br
Cristiana de Meira (FAMPER) cristianademeira@pop.com.br
Rafael Luiz Durante (FAMPER) durante_rafa@hotmail.com

Resumo: Há muito tempo se fala da importância dos empreendedores para o desenvolvimento econômico mundial, mas o que vem aumentando no ambiente do empreendedorismo é a discussão acerca do empreendedorismo feminino, melhor dizendo, o papel desempenhado pelas mulheres a frente da criação e desenvolvimento dos negócios. Elas deixaram de dedicar-se exclusivamente as atividades do lar e na atual realidade ocupam espaços cada vez maiores e mais significativos no meio empresarial. O potencial do empreendedorismo feminino é significante e os negócios gerenciados por mulheres chegam a constituir quase a metade do universo empreendedor. Tal contextualização motivou esse artigo científico, o qual apresenta uma pesquisa realizada no sudoeste do Paraná, com 8 mulheres empreendedoras de alguns segmentos de negócios. A pesquisa realizou-se por meio de breve referencial teórico e ênfase no levantamento de informações a campo, buscando fazer uma análise do perfil dessas empresárias, dificuldades encontradas para administrar suas empresas, bem como enfatizar o crescimento da mulher como empreendedora, cujo papel adquiriu uma nova visão e atuação ativa e crescente nas mais variadas áreas de negócio nesse universo empreendedor.


1. Introdução

Até o século XX, as mulheres estavam condicionadas à imagem do sexo frágil, pois apenas serviam ao esposo, cuidavam dos filhos e dedicavam-se aos afazeres domésticos. Por conseqüência da modernização, as mulheres inseriram-se nos setores da sociedade, configurando-se pelas suas atribuições, voz ativa e pela preocupação com as questões sociais, econômicas e ambientais que o meio apresenta. No ambiente das micro e pequenas empresas é muito grande a presença de empresas criadas por mulheres, não somente em empresas mais também na política, que, dessa maneira, não só constroem para si uma alternativa de inclusão ou permanência no mercado de trabalho, mas também geram empregos e promovem inovação e riqueza, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do país.

O presente artigo tem por objetivo apresentar uma pesquisa realizada com 8 importantes empresárias na cidade de Santo Antonio do Sudoeste, região Sudoeste do Paraná, procurando identificar o perfil de cada empreendedora, apresentar o crescimento da mulher como empreendedora cujo papel adquiriu nova visão e atuação ativa da mulher nas mais variadas áreas. Esse estudo sobre o assunto empreendedorismo feminino seguiu regras e práticas de metodologia, por meio de entrevista pessoal dos pesquisadores ou por meio de envio dos questionários através de correio eletrônico. As empresárias mostraram–se muito interessadas a colaborar com a pesquisa, concordando em serem entrevistadas nas suas respectivas empresas ou através do questionário que lhes foi enviado, o qual estava composto por perguntas objetivas e descritivas.

2. Mudança do papel da mulher no mercado de trabalho

No final do século XX a revolução no trabalho e na família mudou as estruturas sociais, instituições e culturas que formam a base da sociedade. Os efeitos da revolução no trabalho e na família passaram a ser sentidos quando as mulheres efetivamente entraram no mercado de trabalho, não somente como empregadas mais sim administrando e empregando mais pessoas.

Segundo Quental e Wetzel (2002):
Estimulado, inicialmente, pela oportunidade de igualdade de emprego e pelos movimentos feministas, o crescimento da participação na força de trabalho das mulheres foi sustentado pelo aprimoramento na educação, pelo seu desejo de realização pessoal, pela necessidade econômica e alto custo de vida, e pelo grande numero de divórcios”.

O mesmo autor enfatiza que esse papel adquiriu nova visão e ainda maior relevância em função da atuação ativa e crescente da mulher nas mais variadas áreas. Alguns autores da área do empreendedorismo já se referem às mulheres empreendedoras como “força econômica do futuro”. A visão do papel dos homens e das mulheres prorroga a quantidade de tempo entre o trabalho e a família. As empresárias que tem seu próprio empreendimento tem dificuldades assim como os homens empreendedores, mas o fato é que elas procuram uma melhor flexibilidade para organizar o dia de acordo com suas necessidades, assim tendo um melhor controle, responsabilidade, maior satisfação e se encontram motivadas em se envolver com o trabalho, além de estarem sempre muito dispostas para a família. Ainda na visão de Quental e Wetzel (2002), os homens se envolvem mais com seu trabalho do que as mulheres, pois se conformam cada fez mais com o que a sociedade implanta para eles, que é, a responsabilidade de que o homem tem que trazer o “pão de cada dia” para sua casa, e com esse comprometimento do homem com o trabalho o deixa com menos tempo para a família. Segundo dados levantados por Cassol (2008), o motivo de maior flexibilidade e motivação das mulheres é que a atividade empreendedora das mulheres cresceu no mundo todo. Esses dados são corroborados pelo boletim anual publicado por um dos mais importantes órgãos de monitoramento da atividade empreendedora no mundo – o Global Entrepreneurship Monitor – GEM (2006). De acordo com os levantamentos desse programa “Pequenas empresas grandes Negócios”, o empreendedorismo feminino no Brasil é o 6° mais atuante do mundo todo, com taxa de 10,8% do total, ficando abaixo apenas da Venezuela com 23.86%, Tailândia 19,33%, Jamaica em 15.69%, Nova Zelândia 13,75% e China quem está com 11.6%.

Estima-se que são mais de 18 milhões de brasileiros ganhando a vida como empreendedores. No Brasil as porcentagens de empresas formadas por mulheres são de 40%, o que chega a constituir quase a metade deste universo empreendedor no Brasil. No ambiente das micro, grandes e pequenas empresas brasileiras e até mesmo nas políticas públicas, são muito relevantes a presença das empresas criadas e lideradas por mulheres, como por exemplo: Chieko Aoki, que segundo dados retirados do site globo.com já foi chamada de 'a grande dama da hotelaria brasileira'. Esta empresária comanda 3,2 mil pessoas na rede Blue Tree Hotels por todo o Brasil. Podem-se citar ainda outras grandes empresárias, tais como: Eneida Bini, diretora geral da Herbalife no Brasil (Dados do site da Abevd- Associaçao brasileira de vendas diretas) e ainda Luiza Helena Trajano que é superintendente do Magazine Luiza, assim entre outras mulheres de renome no mercado empreendedor.

3. Metodologia

A metodologia utilizada neste artigo foi do tipo exploratória e quanti-qualitativa, onde se pesquisou oito mulheres empreendedoras da cidade de Santo Antonio do Sudoeste, região Sudoeste do PR . A escolha das entrevistadas se deu de forma aleatória e por acessibilidade. No primeiro contato com as entrevistadas, realizado por telefone ou pessoalmente, foi lhes feito um convite para participar da respectiva pesquisa abordando o assunto proposto sobre empreendedorismo. Todas se mostraram muito interessadas a colaborar com a pesquisa, concordando prontamente em serem entrevistadas nas suas empresas ou através do envio do questionário. Foram enviados dois questionários pelos correios, sendo que os seis restantes foram aplicados pelos próprios pesquisadores. Esse instrumento de pesquisa era composto por x perguntas, sendo estas fechadas/objetivas e de opinião/descritivas.

4. Apresentação dos Resultados

Com base na coleta de dados e respostas obtidas na pesquisa, na sequência desse artigo serão apresentados inicialmente os resultados que identificam o perfil do público pesquisado. Na primeira questão perguntou-se às empreendedoras qual era a principal razão para a criação da sua própria empresa.

Verificando o Gráfico 1 acima, identificou-se que 72% das mulheres empreendedoras apontaram a percepção de oportunidade de mercado como o principal fator que motivou a criação da empresa. Isso demonstra que a maior parte das mulheres entrevistadas iniciou seu negócio devido já possuir uma ampla visão de mercado. Para 14% delas, uma crise pessoal foi o aspecto decisivo na abertura da sua empresa, enquanto que em igual percentual das entrevistadas (14%), denotaram a realização pessoal como o fator que influenciou a constituição do próprio negócio. Já na segunda pergunta, conforme Gráfico 2 abaixo, abordou-se em relação ao tempo
de experiência anterior das empresárias.

Conforme pode ser observado pelas respostas obtidas, denotou-se que 37,5% das entrevistadas possuíam de um a cinco anos de experiência. Contudo, um relevante percentual de mulheres entrevistadas (25%) apontou de doze a vinte anos de experiência. Para 12,5 % afirmaram não possuir nenhuma experiência inicial e outros 12,5% enquadraram-se entre um a seis anos. A partir desses números, denota-se que a maioria das empresárias já detinha alguma experiência, o que certamente contribuiu para melhor administrar a sua própria empresa. Embora esses números confirmam a importância de já ter trabalhado com alguma atividade, ou ter experiência em determinado ramo de negócio, muitas mulheres atualmente estão deixando suas atividades ou cargos profissionais, para irem em busca de cursos profissionalizantes. Esses cursos representam um novo desafio, uma mudança na vida dessas empreendedoras que muitas vezes buscam a sua independência financeira. Exemplo disso é um programa chamado “dez mil mulheres” que ocorre todo ano em São Paulo. A partir desses cursos, elas recebem treinamento técnico e aprendem a fabricar determinado produto. A partir daí, gerenciar a empresa e obter sucesso é uma conseqüência do empenho empreendedor. Na continuidade da pesquisa, através da pergunta 3, procurou-se saber junto as entrevistadas qual foi a idade em que elas deram início ao seu negócio. Abaixo, são demonstrados os resultados.

Somando-se os dois maiores percentuais (50%; 37,5%), percebeu-se que um número bastante representativo das entrevistadas iniciou seu negócio entre 20 e 30 anos de idade. Isso demonstra um notável perfil empreendedor, visto que as empresárias começaram muito jovens investindo em seus negócios. Apenas um percentual menor de 12,5%, empreendeu a partir dos 30 anos de idade.

No que concerne ao tipo de atividade, na questão seguinte abordou-se em qual ramo de negócios a empreendedora está atuando no momento.

Analisando os números do gráfico 4 acima, denota-se que o número percentual mais relevante das entrevistadas (89%) informaram atuar no comércio. O restante (11%) apontou investir em educação. O relato apontado para a escolha dessas atividades do negócio é devido ao fato de que a área do comércio é bem mais ampla para atuação, como por exemplo, lojas de roupa, calçados, supermercados entre tantas outras opções. Já no que diz respeito ao grau de escolaridade das mulheres entrevistadas (Gráfico 5), verificou-se que a predominância delas (37,5%) possuem curso superior e 12,5% ainda estão cursando. Por outro lado, também 12,5% apresentam ensino médio e 37,5% tem apenas ensino fundamental.

Os resultados apresentados causaram surpresa de certa forma, visto que dentre os aspectos observados notou-se que a importância do estudo superior não predominou para muitas das mulheres (conforme respostas obtidas), visto que não se importaram com os estudos, ou seja, algumas argumentaram que já com seu negócio montado resolveram se acomodar, e muitas nem mesmo quiseram dar término ao ensino superior.

Uma das questões da pesquisa buscou identificar o perfil das empreendedoras, com isso, abordou-se qual a situação civil na qual se encontravam. Pôde-se observar, conforme Gráfico 6 abaixo, que 75% das mulheres são casadas e constituem família, sendo que o restante de 50%, ficaram divididas igualmente entre solteiras e outras situações que não foram informadas. Nesse aspecto, a pesquisa demonstrou que a maior parte das mulheres estão casadas e constituem família, nem por isso deixando de ter a flexibilidade de unir as duas coisas, o tempo com a família e com seus negócios.

Outras questões ainda foram abordadas na pesquisa. Assim, partindo para parte descritiva/qualitativa, na sétima questão da pesquisa perguntou-se as empreendedoras se haviam sentido alguma dificuldade para montar seu próprio negócio. Com base nas respostas obtidas pôde-se perceber que as empresárias já tinham alguma experiência antes de montar a sua própria empresa, como ilustram na íntegra algumas das suas respostas:

“Não senti nenhuma dificuldade quando dei início ao meu negócio, pois já tinha trabalhado um bom tempo em negócios parecidos ao meu hoje, e assim obtive o conhecimento e experiência na área”. (Laudes Maria Luckemeyer, 53 anos). Já outras empreendedoras iniciaram a empresa tendo como sócios seus esposos ou outras pessoas, observando assim uma facilidade ou até mesmo dificuldade como declara uma das entrevistadas:

“Necessariamente não é dificuldade, pois a empresa foi iniciada pela idéia de um homem da família, meu irmão, e a equipe hoje é formada também por homens, e agora estou na administração juntamente com eles”. (Rutiane Cordova, 25anos).

“O negócio iniciou com o meu marido, e com ele as dificuldades ocorreram, pois ele não sabia administrar. Após o falecimento do meu marido por motivo de doença, consegui administrar e obter sucesso no meu negocio”. (Lurdes Bazzo Cervelin, 62 anos). Com isso foi possível concluir que as mulheres mesmo juntas com outras pessoas ou sozinhas, por mais que as dificuldades estivessem presentes, não deixaram de buscar o sucesso e crescimento nos seus negócios. Na oitava questão descritiva perguntou-se qual seria sua maior satisfação pessoal logo após o seu negócio montado. As empreendedoras demonstraram a satisfação econômica e o reconhecimento pessoal pela boa administração que vinha ocorrendo.

“As maiores satisfações que tenho é a autonomia e o poder financeiro”. (Luciane Márcia Denardi Guareschi, 39 anos).

“Ao montar meu próprio negócio, parei de depender financeiramente de meus pais”. (Ana Paula Tomazoni, 22 anos)

“Reconhecimento me tornou uma pessoa reconhecida em todo comércio e assim me tornei mais feliz”. (Antonia Matts dos Santos, 42 anos).

Amparando-se nos vários relatos, o que reflete a satisfação com sua empresa montada é o progresso e o sucesso, demonstrando estarem satisfeitas com seu empreendimento. Assim, as mulheres empreendedoras apresentaram de um modo geral ter seu negócio bem montado e administrado, e esse motivo é dado a grandes satisfações que a vida de empresária lhes proporciona. Para finalizar a pesquisa foram questionados quais os pontos fracos e pontos fortes para as mulheres atuando como empreendedoras. Obteve-se várias respostas, como a visão ampla para alcançar o sucesso do negócio e muita persistência, batalhando sempre pelo que se quer e com determinação. Embora a maioria das respostas fosse positiva, uma que outra empresária também não deixou de demonstrar o medo de um possível fracasso, conforme esclareceu abaixo:

Os pontos fortes da mulher empreendedora é a inovação com visão ampla no mercado e os pontos fracos, é o medo de fracassar. Arrependimento de não ter começado o negócio antes.”
(Rutiane Cordova, 25 anos).

“Os pontos fortes são: maior percepção, boa intuição, melhor visão na questão de opções de mercado e por ser cativante. Já os pontos fracos vêm em questão à disposição de tempo para dividir várias tarefas ao mesmo tempo”. (Silvânia Ghisi Ferrari, 41 anos).

“O ponto mais forte da mulher é que ela sabe ser multifuncional (empreendedora, mãe, dona de casa...). O ponto fraco vai depender das situações na qual se encontra, assim como qualquer homem.” (Luciane Márcia Denardi Guareschi, 39 anos).

Conclui-se que os pontos fortes e fracos demonstrado pelas empresárias apresentam alguma semelhança, apontando assim que as mulheres têm uma linha de raciocínio de negócio parecida, devido ao fato de serem mulheres, multifuncionais, mães e com visões e inovações no mercado de trabalho.


5. Considerações Finais

O intuito deste trabalho era apresentar o resultado de uma pesquisa aplicada a 8 empreendedoras da cidade de Santo Antonio do Sudoeste, PR. Deste modo, a partir dos dados coletados buscou-se realizar uma análise do perfil das mulheres empresárias e o crescimento da mulher como empreendedora.

Segundo Jonathan (2005), afirma que é relevante o grau de comprometimento das empreendedoras, pois elas demonstram ser destemidas e autoconfiantes. Sua grande satisfação decorre do ato de que o negócio próprio é algo no qual elas se identificam, dedicam-se com paixão e lhes possibilita criar seus próprios valores, na medida em que há autonomia, independência e liberdade para se ter iniciativa e desenvolver novas idéias.

que as mulheres possuíam uma clara visão dos seus negócios, como por exemplo, o fato daAtravés da pesquisa, um importante resultado identificou que 72 % das mulheres empreendedoras apontaram a percepção de oportunidade de mercado como o principal fator motivacional para a criação da empresa. Na prática do dia-a-dia das entrevistadas, revelou-se escolha do ramo de atividade. Nesse sentido, ficou evidente que elas podem ter muitos concorrentes, mas sabem fazer o diferencial para obter sua clientela e manter as vendas em alta, garantindo a satisfação pessoal e financeira.

No que se refere a idade, é interessante observar que as mulheres tiveram início aos seus negócios bem cedo, mas não deixaram de constituir uma família e serem multifuncionais como relataram em seus depoimentos. Outro ponto importante que foi destacado na pesquisa é que todas elas relataram estarem satisfeitas com o seu trabalho, demonstrando bastante envolvimento com seu negócio.

Portanto, em tempos complexos para o negócio, as mulheres empregam sua habilidade para realizar múltiplas tarefas. Porém, esse atributo só dá bons resultados se for aplicado em uma organização que valorize a contribuição das mulheres.

Por fim, os autores atestam para o equilíbrio que deve existir entre a participação da mulher em relação a vida de empresária e no seu lar. Como é fato que as mulheres vêm modificando suas atuações sociais e encontrando novas e criativas estratégias para lidar com a grande gama de atividades, os homens também são levados a fazê-lo, o que implica em sua maior participação também nas tarefas da casa.

Referências

ABEVD, Associaçao brasileira de vendas diretas, Eneida Bini de casa nova. Disponivel em: http://www.abevd.org.br/htdocs/index.php?secao=noticias&noticia_id=380 Acesso em dia 11/06/2008.
CASSOL, Neidi Krewer. Importância do empreendedorismo feminino. jul/ 2007. ENTREVISTA, Pequenas Empresas Grandes Negócios. Anfitriã cinco estrelas Disponível em:
http://empresas.globo.com/Empresasenegocios/0,19125,ERA495668-2474,00.html Acesso em: 13/06/2008.
ENTREVISTA, Pequenas Empresas Grandes Negócios. Brasil em 6º lugar no empreendedorismo feminino.
Disponivel em: http://empresas.globo.com/Empresasenegocio /0,19125,ERA1156845-2674,00.html Acesso em: 13/06/2008.
JONATHAN, Eva Gertrudes. Psicologia em Estudos, Mulheres Empreendedoras: Medos, Conquista e
Qualidade de vida. Maringá, v.10, n.3, p.373-382, set/dez.2005.
PORTAL Luiza, Disponivel em: http://www.magazineluiza.com.br/institucional/artigo_ler.asp?artigo=271
Acesso em: 05/06/2008.
QUENTAL, Camilla. WETZEL, Ursula. Equilíbrio trabalho – Vida e empreendedorismo: a Experiência das
mulheres Brasileiras, 2002.

DESAFIOS DO EMPREEENDORISMO FEMININO

Uma reflexão sobre as dificuldades das mulheres pobres na condução de projetos geradores de renda.

Sônia Regina Corrêa Lages


Resumo:

O anseio por um projeto profissional e pela emancipação feminina, o desemprego do cônjuge ou a necessidade de aumentar a renda familiar têm levado a mulher para o mercado de trabalho. No entanto, tal inserção não tem sido feita nem de forma rápida, nem sem empecilhos, e isto se agrava quando diz respeito ao empreendedorismo feminino. Todavia, se as mulheres mais favorecidas economicamente encontram meios para vencer as barreiras aos seus projetos de dirigirem seu próprio negócio, a situação se agrava e se torna mais complexa quando diz respeito às iniciativas das mulheres pobres em efetivar sua emancipação social e independência econômica, através de negócios de geração de renda. Esse, pois, é o objeto do presente artigo: o de propor uma reflexão sobre as dificuldades encontradas por aquelas mulheres em vencer a pobreza através de atitudes empreendedoras.

Abstract:

The yearning of a professional project and female emancipation, consort's unemployment or the necessity to increase family's revenue has brought women to the work market. Such entrance, however, has not been done neither quickly nor without hindrances, and this gets worse if it concerns women's entrepreneurship. But if economically favored women find ways to overcome the barriers for projects of managing their own business, situation gets worse and more complicated when refering to poor womens' initiatives trying to achieve their social emancipation and economic independency, through income generating business. This is, then, the subject of this article: To propose a reflection about dificulties found by that women to overcome poverty through entrepreneurial attitudes.


O mundo do trabalho encontra-se acometido de transformações profundas que abrem e fecham campos de perspectiva. Nas últimas três décadas, o mundo industrial se encontra entre o processo de tecnologização e o de globalização. O crescimento da automação devido às tecnologias de informática, o downsizing das empresas, as megafusões a custos bilionários, a redução da intervenção do Estado, o enxugamento no setor público, levaram a um desemprego em massa e a reconfigurações da estrutura do emprego (KAUFMANN, 2002). Assim, a imperativa necessidade de se manter incluídos num mercado de trabalho que tende cada vez mais a excluir aqueles que não correspondem ao novo perfil que o capitalismo exige faz surgir importantes dispositivos concretos de reação às formas capitalistas de desenvolvimento, como o cooperativismo e a geração de emprego e renda que tenta driblar a crise do mundo do trabalho.

Como nos relata Vasconcelos (2003), as primeiras cooperativas de moinhos de farinha tiveram início no Reino Unido por volta de 1760, o que atendeu à necessidade de uma população faminta de obter alimentos a preços módicos, em um contexto de altos preços e monopólio do milho. A idéia se espalhou por outros países da Europa na tentativa de proteger os trabalhadores e artesãos do desemprego, ocasionado pela competição dos novos processos industriais. Essas idéias e práticas inspiraram no século XIX os pensadores socialistas utópicos: Owen na Inglaterra; Fourier Buchez e Blanc na França, que tiveram como proposta a idéia de pequenas comunidades que atuavam através da troca direta de suas mercadorias. As cooperativas inglesas e francesas acabaram por se tornar modelos para outras experiências similares na Europa. A partir do século XX diferentes tipos de cooperativismo foram desenvolvidos, considerando os distintos contextos nacionais, históricos e de relação com o Estado. Em países de Terceiro Mundo, projetos cooperativistas têm sido promovidos tanto pelo Estado como pela sociedade civil organizada. Assim, durante quase 250 anos de experiência, o movimento cooperativo desenvolveu diferentes projetos. No âmbito do trabalho se destacam as cooperativas de consumo relacionadas às lojas de alimentos e outros produtos básicos, as cooperativas de trabalhadores e as cooperativas de habitação, crédito e poupança (VASCONCELOS, 2003). Quanto às experiências femininas de geração de emprego e renda, primeiramente é importante rever o percurso histórico da mulher no mercado de trabalho, a fim de que se possa compreender mais claramente a dinâmica daqueles projetos.


1 O percurso histórico do trabalho feminino:

No Brasil, desde os primeiros anos de dominação colonial, a mulher vem sendo submetida a um discurso moralizador e patriarcal que tanto tenta adestrá-la dentro do contrato conjugal, a partir de uma ideologia sobre o uso de seus corpos e de seus prazeres, assim como submetê-la a diversos tipos de restrições, que abarcam vários campos. Dentre eles, o do trabalho, em que as mulheres, além de obterem menores salários, têm dificuldades em assumir postos de comando dentro das empresas. Tais dificuldades alcançam, ainda, a ocupação dos espaços públicos e políticos. A impossibilidade de compartilhar com os homens tais campos contou com justificação ideológica da religião cristã que, através da poderosa violência psicológica, acabou por naturalizar a incapacidade e a inferioridade femininas. No entanto, após um longo período de invisibilidade, um novo momento para a mulher vai surgindo, propiciado pelo seu acesso à educação e sua participação nas lutas sociais já no começo do século XX, o que lhe proporcionou a obtenção de direitos civis e políticos. Os processos socioeconômicos e tecnológicos que se difundiram a partir dos anos 70 afetaram radicalmente as instituições sociais, entre as quais o casamento e a família. A nova divisão sexual do trabalho é redefinida, assim como a dicotomia entre o público e o privado atribuída segundo o gênero. Assim, a mulher passa a exercer múltiplas jornadas de trabalho e o homem é chamado a comparecer com mais freqüência nos cuidados com a educação dos filhos e da casa.

Muitas mulheres deixaram de restringir suas aspirações ao casamento e aos filhos (VAISTMAN, 2001). Desta forma, as últimas décadas do século XX vêem crescer a participação das mulheres no mercado de trabalho mundial, inclusive no Brasil. Este aumento da participação ocorreu junto com outras transformações da sociedade, mas não foi suficiente para que as mulheres tivessem igualdade dentro do mercado de trabalho (MELO, 2001). No entanto, apesar de crescente, a participação feminina no mercado de trabalho é ainda pequena, se comparada com a dos homens. Além disso, na maioria das vezes, elas exercem atividades de média e baixa qualificação pessoal. Apesar de a escolaridade das mulheres ser comparativamente mais elevada do que a dos homens, as condições de trabalho e remuneração tendem a ser inferiores e, ainda, podem ser
consideradas limitadas as oportunidades de inserção das mulheres em posições mais qualificadas,
estando estas mais restritas a alguns setores do mercado (Id., ibid.). O século XXI propõe mudanças radicais em relação à natureza, dominada agora pela tecnociência. Surge a imagem de rede, a profusão de espaços e identidades e a permeabilidade das fronteiras. Na era da informação, do conhecimento, das máquinas, o sujeito se torna plástico, múltiplo. Mas se esse novo panorama é a realidade de muitas mulheres no Brasil que, usufruindo de todas esses novos discursos e práticas se tornaram emancipadas, outras muitas mulheres continuam sobrevivendo em outros “brasis”, não tendo acesso a essas novidades ou, ao contrário, tendo de carregar sozinhas o peso de tantas mudanças. Enfrentando a pobreza, continuam sendo as principais responsáveis pela procriação e pelos cuidados domésticos, sem a presença de uma figura masculina e de uma renda que sustente a sua família (VAISTMAN, 2001).

Diferentes práticas institucionais, vindas de várias tradições (programas de governo, ONGs, educação popular, associações de bairros, sindicatos), têm investido em projetos geradores de renda, evidenciando o potencial dessas atividades na luta contra a pobreza. Assim, o tema desenvolvimento coloca num dos seus alvos as mulheres pobres e as possíveis alternativas de sustentabilidade econômica dessa categoria de gênero e classe social.


Mulheres pobres, empreendedorismo e desenvolvimento:

As experiências de geração de emprego e renda costumam se deparar com um problema bastante grave: a dificuldade que grupos populares têm de assumir uma postura gerencial empreendedora em seus negócios, mesmo após treinamentos para capacitação técnica. Essa dificuldade se acentua quanto diz respeito às mulheres (SIMIÃO, 2003). Com uma cultura fortemente internalizada, que as colocou no lugar de eternas doadoras, nutridoras, quando se enfatiza seu altruísmo como sendo uma qualidade feminina, as mulheres acabam por adotar comportamentos que reproduzem esses papéis, e que redundam por construir barreiras no mundo do trabalho. Os obstáculos são abrangentes e precisam de ações diferenciadas. Como diz Simião, destacam-se atitudes como as de vender “fiado” a uma amiga, ou a de fazer constantes retiradas do caixa para comprar alimentos ou remédios para alguém que adoeceu. Esse comportamento é compreendido como sendo natural, pois, se o dinheiro está lá e existe uma necessidade, ele poderá ser utilizado. Uma mudança de atitude, depende menos de treinamento e conhecimento técnico do que de uma transformação na forma como a experiência está sendo apreendida pelo grupo, vista muitas vezes mais como uma atividade de caráter complementar do que uma opção de trabalho. Outro obstáculo a que se refere o autor é a imagem, que também tem raízes culturais, de que um grupo empreendedor feminino é um grupo de mulheres que se juntam para jogar conversa fora, uma maneira de passar o tempo, apesar de desenvolverem uma atividade que acaba tendo como resultado algo comercial. Atrelada a essas questões, vem outra, a da sustentabilidade do negócio. Aqui também encontram-se outras barreiras. Dados da GEM1 (2002) mostram que no Brasil o empreendedorismo acontece mais por necessidade do que por oportunidade. Segundo a pesquisa, o Brasil ocupa a 7ª posição no ranking entre os dez países mais empreendedores. A TAE (Taxa de Atividades Empreendedora Total) por necessidade em 2002, foi de 7,5%, ao passo que ficou em 5,8% o empreendedorismo por oportunidade. Dessa forma, tais empreendimentos, na falta de uma visão focada no planejamento estratégico e numa visão empresarial, tendem a ter uma vida muito curta. Se o micro-crédito aplicado à produção é eficaz na redução da pobreza, viabilizando alternativas para sua minoração, quando se aplica às mulheres, apresenta obstáculo a mais, devido às garantias adicionais que algumas entidades financeiras exigem. De uma forma geral, as mulheres são consideradas dependentes dos cônjuges, ou de outras figuras masculinas da família e, sendo assim, os créditos lhes são negados, exigindo-se para tal garantias adicionais, como o aval de seus companheiros ou familiares do sexo masculino. É fato que a pobreza atinge não só as mulheres, mas a humanidade. Mas outro fato é que a mulher sempre teve problemas de acesso ao modelo de desenvolvimento dos países capitalistas do ocidente, como visto acima. A relação assimétrica de poder existe e perdura, apesar do discurso da pós-modernidade. Mas se existem barreiras de acesso aos recursos econômicos e insumos, existe um a priori, como diz Bourdieu (2002), que é a violência simbólica. A dominação patriarcal, a opressão e a discriminação foram tão fortemente internalizados nos corpos e na psique, que se acaba por considerar como natural a divisão sexuada das coisas. Caberia à mulher saborear a felicidade do cumprimento do dever na manutenção do capital social da família: conservação da solidariedade, da integração da família, do trabalho doméstico.

As transformações vêm acontecendo há alguns anos, no entanto direcionadas às mulheres mais privilegiadas sócio-economicamente. A educação, o poder econômico, as relações sociais e familiares, fundadas em posturas e pensamentos inovadores e transgressores, acabaram por sedimentar um espaço que possibilitou novos comportamentos em relação ao papel da mulher e dos homens. Apesar de não ser essa a discussão do presente artigo, cabe salientar que essas mulheres têm pago um alto preço por essas mudanças – dupla jornada de trabalho, stress, doenças psicossomáticas, cobranças pela ausência no lar e o cuidado dos filhos, dentre outros. Além disso, a inserção da mulher no mercado de trabalho, tem viabilizado o projeto capitalista de desenvolvimento, mas não tem sido capaz de lhe trazer benefícios como uma maior disponibilidade financeira e de tempo para participar de atividades de lazer ou culturais, ou mesmo investir no seu aprimoramento educacional. Tem sido apenas, sobrecarga de trabalho, uma vez que o acréscimo na renda familiar é direcionado à própria família (D’ÁVILA NETO, 1995). Mas se transformações são realidades concretas para um parcela de mulheres, um outro grande número delas continua desprovida dos arsenais de que as classes dominantes são possuidoras. Dessa forma, algumas práticas se fazem necessárias, para tornar viável o empreendedorismo feminino nas classes sociais mais desfavorecidas: inicialmente, mudanças culturais no sentido de redimensionar os papéis sociais da mulher. Talvez seja isto o que maior empenho e tempo exija, uma vez que a emancipação feminina passa pela superação da reprodução social dos modelos de homem e mulher, que as instituições impõem, inclusive a do Estado e a da educação, dentre outras. São elas as grandes responsáveis pelas práticas e propagação da opressão sobre as mulheres. O incentivo às iniciativas do cooperativismo, que integrem o trabalho de mulheres pobres, com o apoio da sociedade civil organizada, universidades e poder público, e a atuação de um governo participativo, uma vez que sem ele não pode haver continuidade de uma política de crédito para os mais pobres, nem tampouco uma
política de erradicação da pobreza, são ações de fundamental importância para o sucesso da gestão feminina naqueles empreendimentos. O desenvolvimento, através do cooperativismo, agrega valores e práticas que fazem com que os obstáculos possam adquirir um contorno mais suave. Assim, a Recomendação193 de Promoção de Cooperativas, oriunda da Conferência Internacional do Trabalho/Genebra/2002, propõe a promoção e o fortalecimento da identidade das cooperativas com base:

(a) nos princípios cooperativos de auto-ajuda, espírito de responsabilidade, democracia, igualdade, eqüidade e solidariedade, bem como nos princípios éticos de honestidade, transparência, responsabilidade social e interesse por outros;

(b) nos princípios cooperativos de associação voluntária e acessível; controle democrático
pelo associado; participação econômica do associado; autonomia e independência; educação,
formação e informação; cooperação entre cooperativas e interesse pela comunidade. (Disponível em http://www.ilo.org/public/portugue/region/ampro/brasilia/info). Além disso, a Recomendação 193 prevê medidas que devem ser tomadas para promover o potencial de cooperativas para incentivar seus associados a:

(c) criar e desenvolver atividades geradoras de renda e emprego decente e sustentável; (b) desenvolver capacidades de recursos humanos e conhecimento dos valores, vantagens e benefícios do movimento cooperativo por meio de educação e formação; (c) desenvolver seu potencial comercial, inclusive suas capacidades empresariais e gerenciais; (d) fortalecer sua competitividade como também lhes propiciar acesso a mercados e instituições financeiras; (e) aumentar poupanças e investimentos;

(d) melhorar o bem-estar social e econômico, levando em consideração a necessidade de eliminar todas as formas de discriminação;

(e) contribuir para um desenvolvimento humano sustentável e (h) criar e expandir um setor específico, viável e dinâmico da economia que inclua cooperativas e atenda às necessidades econômicas e sociais da comunidade.


CONCLUSÃO

A reflexão sobre as práticas que possibilitam a integração das mulheres pobres ao mercado de trabalho, através de iniciativas empreendedoras, passa por uma série de transformações, a maioria delas mediadas pela questão cultural. Tal questão colocou a mulher brasileira, há 500 anos, desempenhando papéis sociais atrelados à área doméstica – responsabilidade pela educação dos filhos, saúde e harmonia familiar, cuidados com a redução das despesas com a alimentação, com a higiene, com o vestuário, dentre outras tarefas de economia e zelo domésticos. Tais estereótipos, dentre outras conseqüências, acabaram por dificultar em grau as iniciativas das mulheres pobres em empreender atividades geradoras de renda e emprego, tanto em face de uma cultura que mantém em atividade a sociedade patriarcal brasileira, como em decorrência do próprio Estado, que atrelado às relações de poder masculino, cria empecilhos para o avanço daquelas iniciativas. A presente reflexão propõe como sendo fundamentais para o avanço do empreendedorismo feminino, no que se refere às comunidades emprobrecidas, mudanças, tanto nos canais que reproduzem de forma esteriotipada os papéis femininos na sociedade, como nas políticas econômicas, que devem adequar seus planejamentos de crédito de forma a estarem condizentes com a realidade daquelas mulheres. Somente dessa maneira pode-se pensar em mulheres pobres e desenvolvimento sustentável.

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